terça-feira, 21 de janeiro de 2020

A gestão do teatro e a síndrome da miopia econômica


Quem é responsável pela gestão dos teatros...

E das rodoviárias, e dos museus, e dos estádios, e dos centros de convenções, e dos ginásios de esportes, e dos monumentos históricos...

As autoridades de Ariquemes anunciaram recentemente com muita pompa a conclusão das obras do teatro municipal. Porem, junto com o anuncio, veio a dúvida sobre de quem vai ser a gestão do teatro. Uma autoridade falou que estão negociando com o governo do estado para que a gestão seja compartilhada.

A mesma polêmica acompanha o teatro de Porto Velho e a rodoviária de Porto Velho. Por conta desse problema o teatro de Porto Velho, foi inaugurado, funcionou por um pouco tempo e ficou parado pela falta de uma peça de valor pequeno. Enquanto isso a população está deixando de assistir a boas peças teatrais, a apresentação de bons corais, de orquestras musicais, etc.

Por trás dessa situação esdruxula está a indefinição sobre quem é o gestor administrativo do teatro. Ora senhores, teatros, museus, estádios e centros de convenções não são como monumentos que são construídos para contemplação; são infraestruturas básicas de turismo. E as infraestruturas de turismo nas cidades são de responsabilidade das administrações municipais e geram receitas.

A manutenção desses equipamentos é gerada por eles mesmos pois são equipamentos arrecadadores. Teatro é para sediar eventos e eventos são pagos. Governo nenhum constrói teatro, museu, centros de convenções para fazer filantropia. Ou alguém tem dúvida de que a construção de um teatro atrai as orquestras, os grupos de corais, os grupos de danças, as peças teatrais, etc. 

Ademais, a decisão de construir-se um teatro, não é movida pela vontade de gastar dinheiro público simplesmente, e sim pela visão de que é possível e viável estimular-se o turismo cultural em uma cidade ou região.
No entanto, há que se organizar o setor de promoção e organização de eventos; investir também na qualificação de gestores culturais, elaborar um calendário de eventos para garantir uma ocupação mínima, proporcionando assim, lazer para a população local e atraindo visitantes de outras localidades que garantirão a renda necessária para a manutenção do equipamento.

Portanto, senhores, essa história de gestão compartilhada de teatro, rodoviária, centro de convenções, museus, etc., é uma demonstração de despreparo dos gestores municipais, pois esses equipamentos são perfeitamente rentáveis através da cobrança de aluguéis, de taxas e impostos para os municípios.


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