quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

TURISMO DE RONDÔNIA



As comunidades indígenas são muito importantes para o turismo e a economia de Rondônia...


                 As comunidades indígenas são verdadeiros tesouros do nosso Estado assim como as comunidades ribeirinhas e as comunidades quilombolas. Mas a nossa miopia econômica nos impede de enxergarmos estes tesouros. Estamos falando de um patrimônio cultural nada comparável na face de toda a terra. Todos somos sabedores que os povos indígenas chegaram a estas plagas muito antes de nós e criaram uma simbiose com a terra, com a floresta, com os rios, com os lagos, com os animais silvestres, com os pássaros, com o clima e com o ar.

             Nós, no entanto, temos demonstrado uma grande incapacidade de nos aproximar desse patrimônio de forma inteligente. E temos demonstrado uma enorme dificuldade de conviver com o nosso próprio meio ambiente. Quando queremos produzir alimentos destruímos a floresta inteira, poluímos os rios, o ar, jogamos veneno que contamina as nossas próprias nascentes de água; Quando queremos construir nossas moradias provocamos os maiores desastres ambientais, que depois resultam em muitos desconfortos na nossa vida; Quando resolvemos criar animais domésticos tocamos fogo na floresta, queimando a sua camada de nutrientes para plantar capim; Quando tocamos fogo não nos importamos de expulsar das matas os animais e os pássaros que são responsáveis pelo equilíbrio fitossanitário das nossas vilas e povoados; Quando nos deslocamos de um lugar para outro, causamos grandes poluições do ar causando doenças respiratórias nas nossas crianças e nos nossos idosos.

              Portanto, fica claro que nós devíamos procurar aprender com a milenar cultura dos povos indígenas. A miopia econômica neste caso está em não nos aliarmos com eles para absorver as suas experiências e os seus incontestáveis conhecimentos para agregarmos ao nosso pobre modo de vida.

                 Teriamos muito a ganhar com os conhecimentos e experiências relativas a clima, tempo, temperatura, sobrevivência na selva, medicina natural, biologia, equilíbrio ecológico, história, geografia, geologia, desenvolvimento florestal, navegação, caça, pesca, botânica, química, agronomia, agricultura que são próprios dos povos indigenas.

            O nosso estado de Rondônia registra em seu território uma quantidade bem expressiva de etnias indígenas com culturas, costumes e conhecimentos diferenciados. Somente no município de Guajará-mirim, habitam oito etnias, através das quais o município poderia estar explorando um roteiro turístico, atraindo visitantes para conhecer a cultura e gerar riquezas tanto para esses povos quanto para o município. Em termos de estado já poderíamos estar promovendo A FESTA DAS NAÇÕES INDIGENAS DE RONDONIA, evento que poderia ser realizado anualmente em tres etapas, aproveitando as estruturas dos Parques de Exposições de Porto Velho, Ji-Paraná e Vilhena, por exemplo.

                 Por outro lado, a quantidade de terras indígenas existentes em Rondônia, nos permite implantarmos o turismo étnico, que é uma modalidade de turismo praticado através da interação dos moradores das cidades com os moradores de áreas indígenas. Essa modalidade também se aplica as comunidades quilombolas.

                 No Brasil, o turismo étnico é explorado no Sul do país, entre populações descendentes de imigrantes que, além de exibirem uma cultura que tem relação com suas origens européias, promovem festivais, como a OktoberFest. turismo étnico é uma subdivisão do turismo cultural ligada ao interesse de conhecer características de etnias específicas. O turista que pratica o etno-turismo é um indivíduo que busca conhecimentos relacionados à cultura de diferentes etnias. Nessa atividade o valor está relacionado com conceitos e se insere no rol da economia criativa

              Por ultimo, as diversas manifestações culturais dos nossos povos indígenas poderiam estar sendo divulgadas através do teatro e do cinema, artes que têm o poder de traduzir o modo de vida, as manifestações, os costumes os saberes, as crenças, as lendas e os sonhos das pessoas.

                  A nossa miopia econômica está em não valorizarmos os nossos povos indígenas que assim como a própria Amazônia, têm um alto poder de atração e de promoção. A aproximação com esses povos certamente, traria uma visibilidade planetária para o nosso estado além de gerar muitas riquezas e muitos empregos para os nossos jovens, sem contar que contribuiria muito para melhorar a qualidade de vida das próprias comunidades indígenas.

                   Os povos indígenas assim como os seringueiros tem um modo de vida bem peculiar que atrai a curiosidade de muita gente. O turismo étnico-experiencial é a atividade adequada para uma essas comunidades tornarem suas culturas conhecidas, gerando riquezas e bem estar para as famílias.

                  Portanto, nós deveríamos nos orgulharmos de termos em nosso estado tantas etnias indígenas com um enorme patrimônio cultural e já devíamos estar promovendo a interação com essas comunidades para, através do turismo, gerarmos riquezas e melhoria de vida para essas comunidades. 


Francisco das Chagas é cronista, professor, especialista em planejamento turístico, diretor do blog Crônicas da Amazônia.

Um comentário:

  1. Maravilha, Chagas.Aproducao está ótima.
    Só um pequeno senão meu amigo. Quando você se refere 'encontro de nações indígenas' eu penso que vc está fazendo o jogo das ONGs sangue suga da Amazônia.Nao são nações, nação é o Brasil. Eles são etnias indígenas.
    Um abraço

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