A síndrome da miopia
econômica é uma patologia da administração pública. Ela pode vir associada à
síndrome da irresponsabilidade social. A primeira consiste em não enxergar-se
as oportunidades financeiras. A segunda consiste em gastar dinheiro público sem
propósito. É o caso de gestores que constroem obras sem que as mesmas estejam
atreladas a nenhum projeto.Essas obras depois se transformam nos famosos
elefantes brancos*. Ficam ociosas, sem utilidade, acabam sendo abandonadas,
deterioram ou enferrujam e lá se vai mais dinheiro público para o ralo.
Também ocorre quando o
gestor constrói um teatro mas não investe na formação de uma orquestra. Não
investe na formação de profissionais de teatro. Não estimula a formação de
bandas musicais. Não fortalece as manifestações populares como as quadrilhas e
os grupos de danças. Não elabora um calendário de eventos culturais. Não
investe na profissionalização e no marketing dos eventos existentes.
A outra situação ocorre
quando o gestor coloca dinheiro bom em obra ruim. Exemplo: reforma de uma
estrada de ferro sem um aumento de fluxo turístico ou o aumento da produção de
grãos, carne ou outra comoditie qualquer.
Nos dois casos o gestor
demonstra despreparo para administrar pois não planeja, e se não planeja
executa mal. Por todo o pais estão espalhadas obras que foram iniciadas e não
foram concluídas. Algumas porque foram iniciadas em uma gestão e não tiveram
continuidade na gestão seguinte. Outras que foram mal dimensionadas e os
recursos não foram suficientes para a sua conclusão. Tem ainda as obras foram
concluídas parcialmente e estão abandonadas por falta de mais recursos ou até
mesmo porque não tem mais utilidade.
*Elefante branco é uma expressão idiomática
para uma posse valiosa da qual seu proprietário não pode se livrar e cujo custo
(em especial o de manutenção) é desproporcional à sua utilidade ou valor. O
termo é utilizado na política para se referir a obras públicas sem utilidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário