terça-feira, 28 de janeiro de 2020

A gestão publica e a síndrome da miopia econômica


A síndrome da miopia econômica é uma patologia da administração pública. Ela pode vir associada à síndrome da irresponsabilidade social. A primeira consiste em não enxergar-se as oportunidades financeiras. A segunda consiste em gastar dinheiro público sem propósito. É o caso de gestores que constroem obras sem que as mesmas estejam atreladas a nenhum projeto.Essas obras depois se transformam nos famosos elefantes brancos*. Ficam ociosas, sem utilidade, acabam sendo abandonadas, deterioram ou enferrujam e lá se vai mais dinheiro público para o ralo.

Também ocorre quando o gestor constrói um teatro mas não investe na formação de uma orquestra. Não investe na formação de profissionais de teatro. Não estimula a formação de bandas musicais. Não fortalece as manifestações populares como as quadrilhas e os grupos de danças. Não elabora um calendário de eventos culturais. Não investe na profissionalização e no marketing dos eventos existentes.

A outra situação ocorre quando o gestor coloca dinheiro bom em obra ruim. Exemplo: reforma de uma estrada de ferro sem um aumento de fluxo turístico ou o aumento da produção de grãos, carne ou outra comoditie qualquer.

Nos dois casos o gestor demonstra despreparo para administrar pois não planeja, e se não planeja executa mal. Por todo o pais estão espalhadas obras que foram iniciadas e não foram concluídas. Algumas porque foram iniciadas em uma gestão e não tiveram continuidade na gestão seguinte. Outras que foram mal dimensionadas e os recursos não foram suficientes para a sua conclusão. Tem ainda as obras foram concluídas parcialmente e estão abandonadas por falta de mais recursos ou até mesmo porque não tem mais utilidade.

*Elefante branco é uma expressão idiomática para uma posse valiosa da qual seu proprietário não pode se livrar e cujo custo (em especial o de manutenção) é desproporcional à sua utilidade ou valor. O termo é utilizado na política para se referir a obras públicas sem utilidade.

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