Machado:
O rio das pedras
Rio Machado, afluente do rio Madeira pela margem direita, formado pelos rios Pimenta
Bueno e Barão de Melgaço, com nascente na Serra dos Parecis e desembocadura em
frente ao distrito de Calama. É um rio de corredeiras, com grande declividade e
presença de pedreiras que dificultam muito a navegação. O rio Machado banha
ainda os municípios de Pimenta Bueno, Cacoal e Presidente Médici. Além das
águas dos rios Pimenta Bueno e Barão de Melgaço, o rio Machado recebe também as
águas do rio Urupá que desagua neste na área urbana de Ji-Paraná.
O Rio Machado recebe
ainda as águas de rios menores como o Muqui, o Leitão, o Bolonese, o rio Palha,
o rio Leitãozinho, o Palheta, o Riachuelo, o Cujubim, o Machadinho e do Igarapé
Grande. No trecho entre os municípios de Ji-Paraná e Presidente Médici, existe
um trecho formado por ilhas e ilhotas em quantidade aproximada de 96(noventa e
seis) que formam um arquipélago o qual foi denominado de arquipélago das
cabaçaranas. São
ilhotas de tamanhos variados, com pouca ou nenhuma cobertura florestal, sendo
que algumas são habitadas e tem até umas poucas onde se criam gado e outros
animais. Neste trecho não é comum a pesca e poucos canoeiros conseguem navegar.
Em alguns lugares o rio se divide em cinco braços e confunde os navegadores.
Entre as ilhas
destacam-se as que ainda conservam alguma cobertura florestal, pois são usadas
como berçários de ninhos por milhares de pássaros. Assim também, são usadas
como berçários para algumas espécies de peixes, como os pacus, as piranhas, as
branquinhas, os cascudos, os piaus, e outros.
O nome CABAÇARANAS
foi uma homenagem que o consultor de turismo Professor Francisco das Chagas juntamente
com o pescador Raimundo canoeiro conferiram àquele ambiente em razão da
predominância de uma planta de rama que envolve cada ilha e que produz um
frutinho amarelado que é utilizado como alimentação pelos peixinhos pequenos
que se posicionam embaixo das ramas quando as respectivas frutinhas estão
amadurecidas. Outro dado interessante e que desperta atenção do visitante
dessas ilhas em numero não inferior a 96(noventa e seis) é a abundancia de
bromélias que envolvem todas as árvores.
Dentre os aspectos
turísticos de alta relevância destaca-se um casarão que por muito tempo foi
sede da Fazenda do senhor Zé Milton, grande proprietário das terras que hoje
formam o município de Presidente Médici. Este casarão está situado em frente à
desembocadura do rio Muqui e tem uma beleza arquitetônica deslumbrante. Destacam-se
em especial o cenário que as diversas ilhas compõem quando em diversos lugares
elas se apresentam lado a lado, em número de até cinco ilhas, divididas por
braços do mesmo rio. Outro aspecto de muita relevância, é a profusão de
bromélias nas copas das árvores. É um cenário de encher os olhos do visitante.
A principal vocação dele, além da observação de pássaros e bromélias, é para os
esportes aquáticos, rafting e canoagem.
Quanto
a sua identificação com os ciclos econômicos do nosso estado, esse rio tem uma
história ligada tanto ao diamante como ao minério da cassiterita.
Diamante
Em 1948,
foram encontradas algumas pedras de diamante no cascalho do seu leito. Já em
1949, alguns garimpeiros encontraram, na Cachoeira Idalina, acima da Cachoeira
Dois de Novembro, uma produção de 64 quilates de diamantes de primeira
qualidade, tendo início assim, a garimpagem de diamantes no rio Ji-Paraná.
Entre os anos de 1950, 52 e 53, houve
uma grande movimentação de garimpeiros no trecho entre o rio Pimenta Bueno,
Comemoração, a Cachoeira Dois de Novembro e Cachoeira Idalina, com muita
garimpagem e conflitos com índios e seringueiros.
Destaca-se a história de um garimpeiro
de nome Artur Gusmão, que, no ano de 1952 encontrou a maior quantidade de
diamante, na vazante das águas do rio machado, garimpou quase 2.000 quilates de
diamantes entre as quais, uma pedra com 31,40 quilates, a qual vendeu por Cr$
250.000,00 (duzentos e cinquenta mil cruzeiros), permitindo-lhe a substituir a
profissão de garimpeiro pela de empresário comerciante bem-sucedido. A
garimpagem de diamante foi bastante proveitosa no período de 1952 a 1955,
declinando a partir de 1956.
Cassiterita
A primeira mina de cassiterita descoberta em
Rondônia foi no rio Machadinho, no seringal denominado Angustura, de
propriedade do Sr. Joaquim Pereira Rocha, no ano de 1955. Este achado mudaria a
história socioeconômica de Rondônia.
Em
1956, foi retirado inicialmente 4 toneladas, já em 1968 foi retirado do solo
cerca de 10 toneladas, em 1962 retirou-se aproximadamente 678 toneladas do
minério, em 1972 foram retiradas 2794 toneladas, e em 1973 no auge da extração
do minério chegou-se a tirar até 7300 toneladas, chegando neste período a
produção corresponder a 80% do produzido no país. Todo
o minério vinha das minerações localizadas nos rios Machado, Machadinho, Jamari
e Candeias.
No sec.
XVIII habitavam aquele território os índios Jaru,
Cruaú e Parintintin, estes últimos classificados
como antropófagos. Em 1777, um Frei de nome Jesualdo instalou a Missão de São Francisco no Rio Ji-Paraná, no território
dos índios Parintintins. Nos dias de hoje habitam ali os índios Araras e
Gaviões.
Nota:
A rede
hidrográfica de Rondônia é representada pelo rio Madeira e seus
afluentes, que formam sete bacias significativas: Bacia do Guaporé, Bacia do
Mamoré, Bacia do Abunã, Bacia do Madeira, Bacia do Jamari, Bacia do Machado (ou
Ji Paraná) e Bacia do Rio Rooselvelt. O rio Madeira,
principal afluente do rio Amazonas,
tem 1.700 km de extensão em território brasileiro e vazão média de 23.000 m³
por segundo. É formado pelos rios Guaporé, Mamoré e Beni, originários dos
planaltos andinos, e apresenta dois trechos distintos em seu curso, denominados
Alto e Baixo Madeira. O primeiro trecho, de 360 km, até as proximidades da
cidade de Porto
Velho, não apresenta condições de navegabilidade devido à grande quantidade
de cachoeiras existentes. São 18 cachoeiras ao todo, com desnível de cerca de
72 metros e índice de declividade da ordem de 20 cm a cada quilômetro. O Baixo
Madeira, trecho em que o rio é francamente navegável, corre numa extensão de
1.340 km, a partir da Cachoeira de Santo Antonio até
sua foz, no rio
Amazonas. O trânsito fluvial entre Porto Velho e
Belém, é possível durante todo o ano nesta hidrovia de cerca de 3.750 km,
formada pelos rios Madeira e Amazonas. Através do rio Madeira circula quase
toda a carga entre Porto Velho e Manaus, principalmente os
produtos fabricados nas indústrias da Zona
Franca de Manaus e destinados aos mercados consumidores de outras regiões. A bacia
do rio Madeira tem como principais afluentes em Rondônia o rio Abunã, o Rio
Mutum, o rio Jaci-Paraná, o Rio Jamari e o Rio Ji-Paraná ou Machado
O rio Guaporé, a partir do Rio Verde,
na divisa com Mato Grosso, forma a linha divisória entre o Brasil e a Bolívia, apresentando condições
de navigabilidade para embarcações de pequeno e médio calados na época da
vazante até a foz do Mamoré e neste até Guajará Mirim. Tem como principais
afluentes brasileiros o rio Corumbiara, o rio Branco, o rio São Miguel e o rio
Cautário. O rio Mamoré nasce na Bolívia e recebe o Rio
Guaporé, ocasião em que forma também a linha fronteiriça do Brasil com a Bolívia. Tem como principal
afluente o rio Pacáas Novas. Na junção com o rio Beni da início ao rio Madeira.
É navegável somente acima de Guajará Mirim a embarcações de médio calado em
qualquer época do ano. O rio Abunã é importante por
ser responsável pela demarcação da linha divisória dos limites internacionais
entre Brasil e Bolívia no extremo oeste
do Estado. A área de abrangência
de sua bacia hidrográfica é de aproximadamente 4.600 km² numa região onde o
grande número de cachoeiras e corredeiras dificulta a navegação.
O rio Jamari tem grande
significação econômica para Rondônia, por ter sido represado para a formação da
primeira usina
hidrelétrica do Estado. O rio Ji-Paraná (ou
rio Machado) é o mais importante afluente do rio Madeira em
Rondônia, dada a longa extensão de seu curso, que corta todo o Estado no
sentido sudeste/nordeste. Seu complexo hidrográfico abrange superfície de
aproximadamente 92.500 km². Embora tenha 50 cachoeiras e corredeiras ao longo
de seu percurso, em alguns trechos o rio apresenta-se navegável, atendendo ao
escoamento dos produtos oriundos do extrativismo
vegetal na região.
O Rio Machado, afluente do rio Madeira
pela margem direita, possui inúmeras corredeiras e cachoeiras no seu médio e
alto curso que o caracterizam como rio de planalto. Formado pelos rios Pimenta
Bueno e Barão de Melgaço, com nascente na Serra dos Parecis. Sua foz está situada
em frente ao distrito de Calama. No seu curso final, já no município de Porto
Velho, torna-se um rio de planície. Apresenta-se na cidade de Ji-Paraná com
largura média de 260m e uma variação de nível de 06m. Tem uma extensão de
350km. Além das águas dos rios Pimenta Bueno e Barão de Melgaço, o rio Machado
recebe também as águas do rio Urupá, que igualmente ao Machado, é um rio de
corredeiras, com grande declividade e presença de pedreiras que dificultam
muito a navegação. O rio Machado banha ainda os municípios de Pimenta Bueno,
Cacoal e Presidente Médici. No trecho compreendido entre os municípios de
Ji-Paraná e Presidente Médice, encontra-se o “arquipélago das cabaçaranas”,
formado por 96 ilhas.
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