PVH 200819
BIGUÁS,
os inventores do mutirão aquático
O biguá é
uma ave aquática de plumagem escura, cujo nome científico é Phalacrocorax
brasilianus. Tem pés palmados, pernas curtas e fortes, pescoços longos e
flexíveis e um bico fino e adunco na ponta. Essa ave de 40 cm de corpo e penas
negras é abundante em áreas alagadas de todo o Brasil e de outros países da
América do Sul.
O Pantanal Mato-grossense tem a maior concentração de Biguás do
Brasil. Ali, eles costumam aglomerar-se em determinadas árvores para usá-las
como poleiro ou para sustentar os ninhos. Normalmente, nidificam em colônias
associadas com as das garças e cabeças-secas.
Seu nome deve-se aos pés penugentos. Este é o significado do
nome “mbiguá” em tupi. Sendo uma ave diurna, pode-se observá-la nas cercanias
da água, com as asas abertas à procura de alimento. Sua presa preferida é o
peixe bagre. Conta-se que a princípio os biguás não sabiam quebrar o ferrão que estes
peixes têm na barbatana e eram prudentes em seus ataques. Mas, com o tempo
evoluíram e tornaram-se destros nisso e passaram a procurá-los com maior
avidez.
É comum, vê-los com as asas abertas ao sol, durante horas,
procurando secar sua plumagem, já que carecem da secreção da glândula uropigia,
que produz um tipo de óleo que torna as aves marítimas impermeáveis. Esta
também é outra estratégia evolutiva, pois não sendo os biguás impermeáveis,
conseqüentemente quando molham suas penas, essas se tornam mais pesadas e não
retêm o ar. Sendo assim, estas aves podem mergulhar mais rápido e atingir
maiores profundidades. Acrescenta-se ainda, que os ossos dos biguás são
pesados e maciços, diferentes das outras aves aquáticas que são leves e
perfurados. Com essas adaptações, o Biguá leva
vantagem para capturar suas presas, além de deslocar-se sob as águas com muita
fluidez.
Como os biguás necessitam
de águas limpas para se alimentar, são considerados indicadores biológicos de
poluição. O acompanhamento de suas populações é uma forma de monitorar a
alteração da qualidade de ambientes aquáticos em conseqüência de atividades de
degradação ambiental, como desmatamentos e uso de agrotóxicos. Nos rios de
Rondonia eles podem ser vistos com freqüência, especialmente no rio Guaporé.
A Pesca de mutirão - Eles se posicionam em um local do rio, agrupados em bandos,
pousam na superfície da água com metade dos corpos para fora, identificam os
cardumes de bagres e, num sinal, o bando todo mergulha em circulo, cercando o
cardume de tal modo que os peixinhos não conseguem sair do circulo, sendo
capturados pelos pássaros. Feita a captura, todos os biguás emergem com peixes
nos bicos, numa demonstração do sucesso da operação que acabaram de empreender
e fazem barulho e realizam movimentos que só podem ser de comemoração.
Para saber mais..............
Lenda do Biguá
Entre os índios guaranis
é conhecida uma lenda sobre o Biguá.
Conta-se que era um índio muito forte e jovem que vivia feliz
com sua bela esposa chamada Yerutí, em sua choça, nas proximidades de um grande
rio. Entretanto, a beleza da jovem despertou a cobiça de Capiberá, outro
guerreiro índio, possuidor de uma índole muito má. Aproveitando-se da ausência
de Biguá, que havia saído para pescar, raptou Yerutí e levou-a para bem longe,
amarrada em uma canoa. Ao retornar, não encontrando sua amada esposa, foi
avisado que seu desaparecimento era obra de Capiberá. Desesperado, parte em
busca de seu inimigo. Perseguido por Biguá, Capiberá foi alcançado e morto. Entretanto,
sua frustração foi intensa, quando sua companheira não foi encontrada. Partiu
imediatamente, buscando-a por todos os lugares que conhecia. Gritou em altos
brados o nome de Yerutí, às margens do rio, no interior da selva, mas somente o
eco devolvia seu angustioso chamado.
Vencido pelo cansaço e pela falta de esperança de encontrar sua
esposa com vida, jogou-se nas águas profundas do rio, porque suspeitava que
justamente ali teria perecido a bela Yerutí. Buscou-a mergulhando profundamente
no rio, na selva, mas só o eco devolvia o seu angustioso chamado. Vencido pelo
cansaço, começava acreditar que havia perecido sua amada Yerutí.
Depois de algum tempo, seus irmãos da tribo avistaram uma ave
negra que voava insistentemente sobre a choça que haviam morado o feliz casal,
para em seguida embrenhar-se na selva e se jogar nas águas do inquieto rio. Ao
consultarem o feiticeiro, esse garantiu que o tal pássaro era Mbiguá que
transformado em ave seguia buscando sua doce companheira. Esta é uma linda
lenda que nos fala sobre o amor das aves. Os pássaros, sem dúvida, amam como
nós e talvez com mais ternura e devotamento. Em algumas espécies, os casais
nunca se separam, pois grande é a intimidade que os une. Todos que conhecem o comportamento
das aves na natureza, sabem que não estou poetizando.
Se um se separa do outro distraidamente e desse torna-se oculto,
o que dá falta do companheiro trata de perguntar por onde ela anda. Logo se
comunicam e, embora não se vejam, cada qual fica tranqüilo, mas nunca antes de
repetir a “pergunta” e receber, infalivelmente a resposta. Caso algum desalmado
caçador venha abater um dos cônjuges, podemos observar uma cena pungente. O
viúvo lança seu apelo lamentoso, chama inquieto o seu par, corre por todos os
cantos, não tem mais sossego nem cuidado com sua pessoa, não mais se esconde,
como que suplicando ao caçador que o mate também, pois sua vida não tem mais
sentido.
Biguá – Características
Vivem em bandos, que quando voam formando sua forma tradicional
de “V”. Alimentam-se de peixes e crustáceos que capturam em seus mergulhos
extremamente habilidosos. Fazem seus ninhos ao longo dos manguezais e florestas
próximas a rios e lagunas. No Rio de Janeiro, excepcionalmente também nidificam
em ilhas próximas da costa. Põem em média dois ovos, e a incubação leva em
torno de vinte e quatro dias. Suas penas não são impermeáveis, como a dos patos
e atobás, por isso descansam ao sol depois dos mergulhos, com as asas abertas.
Seus principais predadores são ocasionalmente tubarões e aves de rapina.
O Biguá tem cerca de 75
centímetros de comprimento, 1,3 quilo de peso, plumagem escura, pés palmados,
pernas curtas e fortes, pescoço longo e flexível e bico recurvado, fino e
longo, o Biguá (Phalacrocorax
brasilianus) é encontrado do extremo sudoeste dos Estados Unidos até o sul da
América do Sul, preferindo águas claras e pouco profundas como rios, lagos,
açudes e estuários, mas não se afastam da costa para se aventurarem ao mar.
O Biguá se alimenta de
pequenos peixes e crustáceos que captura em baixo da água. Ao contrário de
outras aves aquáticas, o Biguá consegue eliminar o ar que fica entre suas
penas, o que facilita o mergulho mas as deixa completamente encharcadas. A
imensa maioria das espécies que captura para sua alimentação não tem valor
comercial e seu suco gástrico é capaz de desagregar espinhas.
Na época da reprodução,
o Biguá adquire
penas brancas em torno da garganta e pequenos tufos, também brancos, atrás da
região auricular. A ave constrói ninhos sobre árvores em matas alagadas e matas
ciliares, às vezes entre colônias de garças. Os ovos são pequenos, com casca
branco-azulada e os filhotes apresentam cor de fuligem.
Os índios guaranis contam que Mbiguá era um guerreiro que vivia
feliz com sua esposa Yerutí em uma aldeia às margens do rio Mirinãy, afluente
argentino do rio Uruguai. A beleza de Yerutí despertou a cobiça de Capiberá,
que a raptou e fugiu em uma canoa. Mbiguá perseguiu e matou Capiberá, mas
Yerutí havia desaparecido. Desesperado, Mbiguá a procurou na mata e ao longo do
rio, sem encontrá-la. Apenas o eco respondia a seus chamados. Vencido, Mbiguá
se jogou no rio, convencido de que Yerutí havia se afogado. Pouco tempo depois,
os índios de sua tribo notaram uma ave de plumagem negra que voava insistentemente
sobre as águas do Miriñay. O feiticeiro da tribo explicou então que Mbiguá
havia se transformado na ave que continuava buscando sua amada Yerutí.
Descrição
Ave aquática, mergulha em busca de peixes e permanece um bom
tempo debaixo d’água, indo aparecer de novo bem lá na frente, mostrando apenas
o pescoço para fora d’água. Para facilitar seus mergulhos, suas penas ficam
completamente encharcadas, eliminando o ar que fica entre as penas e dificulta
os mergulhos. Para secá-las é comum vê-los pousados com as asas abertas ao
vento. Quase sempre visto em grandes bandos voando próximo d’água, em formação
em “V”. Quando voam se assemelham a patos, sendo às vezes considerados como
tais equivocadamente. Fazem grandes ninhais junto a garças e outras aves ribeirinhas.
Suas penas, patas e bico são inteiramente negras.
Habitat: Lagos, grandes rios e
estuários - Ocorrência: Do
México à América do Sul.-
Hábitos: São ótimos mergulhadores,
realizando grandes mergulhos, reúnem-se para pescarias coletivas e
estratégicas. Todos nadam lado a lado no mesmo sentido, bloqueando um canal ou
uma enseada fluvial. Descansam pousando na beira da água, sobre pedras,
árvores, estacas. Esticam as asas como os urubus. Não se afastam da costa para
se aventurarem ao mar. Alimentação:
Piscívoros, apanham freqüentemente presas sem valor comercial
como, por exemplo, peixes providos de acúleos. O suco gástrico do biguá é capaz
de desagregar espinhas.
Reprodução: Nidifica sobre árvores em
matas alagadas, matas ciliares, às vezes entre colônias de garças. Ovos
pequenos cobertos por uma crosta calcária branco-azulada. Incubação em torno de
24 dias.
Manifestações sonoras: Voz: o seu grito é
“biguá”, “oák”. O coro de muitos indivíduos soa ao longo como o ruído de um
motor.
Ameaças: Poluição
Distribuição Geográfica: Do México a América do
Sul. Habitam todo o litoral brasileira, inclusive regiões interiores como o
Pantanal e a Amazônia. Também ocorrem em regiões da Argentina e em alguns
trechos da costa pacífica da América Latina.
Estado de Conservação
Não é uma espécie ameaçada em virtude da ampla área em que estão
distribuídas, no entanto a poluição tanto em derramamentos de óleo, como as
toxinas que ingerem de peixes em águas contaminadas (por exemplo, Baía de
Guanabara) são seus principais problemas.Também são comuns acidentes com
embarcações, redes de pesca, fios e linhas de pipa. Outro fator que também
colabora para o declínio de algumas populações é desmatamento em algumas ilhas
e mangue, onde antes eram pontos de nidificação dos biguás.
O biguá é uma ave comum nos
rios, lagoas e litoral do Brasil. Mergulha bem e captura peixes com o bico de
ponta curva (diferente do bico do biguatinga, que é reto e pontiagudo).
Alimenta-se sobretudo de peixes, mas também de rãs, de crustáceos e de insetos
aquáticos. O biguá nada com o corpo semi-submerso e desloca-se sob a água
unicamente com o auxílio dos pés, que possuem amplas membranas natatórias e
utiliza a cauda como leme. Nidifica em colônias, onde constrói ninho de
gravetos sobre árvores, geralmente em matas alagadas, podendo associar-se a colônias
de outras aves aquáticas. Mede de 58 a 73 cm de comprimento e vive desde o sul
dos EUA até a Argentina – e em todo o Brasil.
Curiosidades
Uma biguá pode chegar a pesar
1,8 kg.
Os biguás realizam pescarias coletivas. Grandes grupos nadam
lado a lado, na mesma direção, bloqueando um rio ou canal e mergulhando para
apanhar os peixes que tentam furar o bloqueio. No Pantanal as pescarias
coletivas no rio Paraguai, chegam ter mais de 500 aves. Os biguás podem
mergulhar a mais de 20 metros de profundidade. A postura é de 3 a 4 ovos e o
período de incubação é de cerca de 30 dias. Tanto biguás como biguatingas
encharcam suas penas totalmente durante os mergulhos, ao contrário de
mergulhões e marrecas. Após várias horas de mergulhos, descansam sobre alguma
rocha ou galhada, mantendo as asas abertas para secar ou para garantir a
termo-regulação.
Fontes:
- Wikipédia, a enciclopédia livre.
- OUTRAS HISTÓRIAS DO AMAZONAS –
Contos Lendas e Narrativas -
Antonio Cantanhede
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