AMAZÔNIA: histórias e
lendas
O navio que emerge do
fundo do rio
Toda a região
amazônica com sua imensidão é rica em crônicas e histórias. A própria conformação geográfica
da região com suas florestas, seus rios, seus lagos, suas populações, suas
riquezas, estimulam o imaginário popular para produzir estórias e lendas,
acerca dos mais diversos assuntos.
Em quase todas as
cidadezinhas ribeirinhas se contam estórias de pescadores engolidos por cobras,
navios naufragados, tesouros escondidos no fundo dos rios, etc. O imaginário
das pessoas é muito rico e mesmo a vivência delas contribui para isto, pois
verdadeiramente vivem em um mundo encantado onde tudo é grandioso, tudo é
majestoso, tudo é espetacular.
O cenário da “AMAZONIA”
é digno dos maiores delírios de qualquer ser humano e as possibilidades de
criação de sonhos e “viagens imaginárias” são incomensuráveis. Viver nessa
região mágica é um privilégio para poucos e são poucas as pessoas que têm
capacidade de avaliar a importância dessa experiência.
É o caso dos
moradores do município de Itacoatiara, no Estado do Amazonas, que se orgulham
de também poderem contar a sua lenda que reza que todos os anos na data de 24 de agosto, de madrugada, um navio emerge
do fundo do rio com as luzes todas acesas provocando um clarão dentro do rio,
por alguns instantes, e se apagando em seguida, sendo que muitas pessoas da
cidade garantem que já presenciaram esse fenômeno na margem do rio Amazonas em
frente a desembocadura do rio Madeira.
A população tem tanta fé
nessa lenda que muitos se aglomeram à beira do rio, em frente onde hipoteticamente
acontece o fato, para tentar presenciar este acontecimento e muitos juram que
já viram essa imagem, com um navio todo iluminado que emerge e ilumina tudo ao
redor e depois de alguns minutos, submerge.
Como toda lenda tem sua
origem ligada a uma história, essa lenda está associada a uma batalha conhecida
como Batalha Naval de Itacoatiara acontecida em 24 de agosto de 1932, a única batalha
naval ocorrida, na América do Sul, no século XX, até a Guerra das Malvinas,
estando vinculada à Revolução Constitucionalista de 1932, iniciada em São
Paulo.
Informações
complementares:
O município de Itacoatiara
fica a 170 quilômetros de Manaus e está localizado bem na desembocadura do rio
Madeira com o rio Amazonas. Considerado
um dos maiores pólos agropecuário da Região Norte do Brasil, Itacoatiara vem
ocupando uma relevante posição nacional, sendo considerado um dos municípios mais
dinâmicos do Brasil.
A cidade Itacoatiara é conhecida como Cidade da Pedra Pintada por
possuir na entrada da área urbana uma pedra pintada com um escrito indígena do
tupi ou nheengatu itá:
pedra; e coatiara:
(pintado, gravado, escrito, esculpido) que deu origem ao nome atual da cidade.
Funciona hoje ali
um importante porto de embarque de soja e outras cargas para a Ásia. No
passado, ali era um entreposto de mercadorias que vinham para Rondônia. Aliás
todo o material pesado para a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré era
desembarcado ali em grandes galpões, para depois ser embarcado grandes balsas
para transportar até Porto Velho. Por outro lado, boa parte da borracha que os
seringais de Rondônia produziam também era escoada por aquele porto. É classificado como o segundo maior porto fluvial escoador do
país, pois recebe diariamente cargas vindas de
Belém, Cuiabá,
Manaus, Porto Velho e Santarém. Com o crescimento da produção de soja
nos Estados do Mato Grosso e Rondonia, a empresa Hermosa construiu naquela
cidade um moderno Terminal Fluvial.
A cidade é a terceira mais populosa do
estado do Amazonas, com 99 854 habitantes, de acordo com estimativas
do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) em 2017. O nome Itacoatiara é
originário da língua indígena e significa "Pedra
Pintada", devido as inscrições gravadas em algumas pedras localizadas
no rio Urubu em frente à cidade. Itacoatiara é um vocábulo indígena que
significa pedra pintada, pedra escrita. Procede do tupi ou nheengatu itá: pedra; e coatiara: pintado, gravado, escrito,
esculpido.
Os primeiros habitantes
daquele território foram os índios Muras, Juris, Abacaxis, Anicorés, Aponariás,
Cumaxiás, Barés, Jumas, Juquis, Pariguais e Terás.
Itacoatiara é também conhecida nacionalamente pelo seu Festival da Canção,
que atrai todos
os anos milhares de turistas, além disso vários artistas populares brasileiros
e regionais se apresentam nos dias da festa. Todos os anos no mês de setembro, acontece o
FECANI, com o objetivo de desenvolver e divulgar novos talentos amazonenses da
música. Conhecido como o maior festival de música do Norte, o FECANI reúne músicos de todo
o Brasil.
Para visitar-se é uma cidade muito agradavel, bem arborizada, sendo que
a avenida central, conhecida por avenida
parque, tem o seu canteiro central em forma de corredor formado por árvores
da espécie FICUS, de ponta a ponta, que foram sendo plantados em sucessivas
administrações municipais. A cidade respira cultura, oferecendo ao visitante
opções de museus, bibliotecas, teatro, construções centenárias, inclusive o “barracão
dos dormentes” – onde eram armazenados os dormentes da Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré. Conta ainda com um confortavel Campus Universitário da
Universidade Federal do Amazonas – onde funciona o Instituto de Ciência e
Tecnologia.
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