quarta-feira, 12 de dezembro de 2018





AMAZÔNIA: histórias e lendas

O navio que emerge do fundo do rio

Toda a região amazônica com sua imensidão é rica em crônicas e    histórias. A própria conformação geográfica da região com suas florestas, seus rios, seus lagos, suas populações, suas riquezas, estimulam o imaginário popular para produzir estórias e lendas, acerca dos mais diversos assuntos.

Em quase todas as cidadezinhas ribeirinhas se contam estórias de pescadores engolidos por cobras, navios naufragados, tesouros escondidos no fundo dos rios, etc. O imaginário das pessoas é muito rico e mesmo a vivência delas contribui para isto, pois verdadeiramente vivem em um mundo encantado onde tudo é grandioso, tudo é majestoso, tudo é espetacular.

O cenário da “AMAZONIA” é digno dos maiores delírios de qualquer ser humano e as possibilidades de criação de sonhos e “viagens imaginárias” são incomensuráveis. Viver nessa região mágica é um privilégio para poucos e são poucas as pessoas que têm capacidade de avaliar a importância dessa experiência.

É o caso dos moradores do município de Itacoatiara, no Estado do Amazonas, que se orgulham de também poderem contar a sua lenda que reza que todos os anos na data de 24 de agosto, de madrugada, um navio emerge do fundo do rio com as luzes todas acesas provocando um clarão dentro do rio, por alguns instantes, e se apagando em seguida, sendo que muitas pessoas da cidade garantem que já presenciaram esse fenômeno na margem do rio Amazonas em frente a desembocadura do rio Madeira.

A população tem tanta fé nessa lenda que muitos se aglomeram à beira do rio, em frente onde hipoteticamente acontece o fato, para tentar presenciar este acontecimento e muitos juram que já viram essa imagem, com um navio todo iluminado que emerge e ilumina tudo ao redor e depois de alguns minutos, submerge.

Como toda lenda tem sua origem ligada a uma história, essa lenda está associada a uma batalha conhecida como Batalha Naval de Itacoatiara acontecida em 24 de agosto de 1932, a única batalha naval ocorrida, na América do Sul, no século XX, até a Guerra das Malvinas, estando vinculada à Revolução Constitucionalista de 1932, iniciada em São Paulo.


Informações complementares:

O município de Itacoatiara fica a 170 quilômetros de Manaus e está localizado bem na desembocadura do rio Madeira com o rio Amazonas. Considerado um dos maiores pólos agropecuário da Região Norte do Brasil, Itacoatiara vem ocupando uma relevante posição nacional, sendo considerado um dos municípios mais dinâmicos do Brasil.
A cidade Itacoatiara é conhecida como Cidade da Pedra Pintada por possuir na entrada da área urbana uma pedra pintada com um escrito indígena do tupi ou nheengatu itá: pedra; e coatiara: (pintado, gravado, escrito, esculpido) que deu origem ao nome atual da cidade.
Funciona hoje ali um importante porto de embarque de soja e outras cargas para a Ásia. No passado, ali era um entreposto de mercadorias que vinham para Rondônia. Aliás todo o material pesado para a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré era desembarcado ali em grandes galpões, para depois ser embarcado grandes balsas para transportar até Porto Velho. Por outro lado, boa parte da borracha que os seringais de Rondônia produziam também era escoada por aquele porto. É classificado como  o segundo maior porto fluvial escoador do país, pois recebe diariamente cargas vindas de  BelémCuiabá, Manaus, Porto Velho e Santarém. Com o crescimento da produção de soja nos Estados do Mato Grosso e Rondonia, a empresa Hermosa construiu naquela cidade um moderno Terminal Fluvial.

A cidade é a  terceira mais populosa do estado do Amazonas, com 99 854 habitantes, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2017. O nome Itacoatiara é originário da língua indígena e significa "Pedra Pintada", devido as inscrições gravadas em algumas pedras localizadas no rio Urubu em frente à cidade. Itacoatiara é um vocábulo indígena que significa pedra pintada, pedra escrita. Procede do tupi ou nheengatu itá: pedra; e coatiara: pintado, gravado, escrito, esculpido.

Os primeiros habitantes daquele território foram os índios Muras, Juris, Abacaxis, Anicorés, Aponariás, Cumaxiás, Barés, Jumas, Juquis, Pariguais e Terás.

Itacoatiara é também conhecida nacionalamente pelo seu Festival da Canção, que atrai todos os anos milhares de turistas, além disso vários artistas populares brasileiros e regionais se apresentam nos dias da festa. Todos os anos no mês de setembro, acontece o FECANI, com o objetivo de desenvolver e divulgar novos talentos amazonenses da música. Conhecido como o maior festival de música do Norte, o FECANI reúne músicos de todo o Brasil.

Para visitar-se é uma cidade muito agradavel, bem arborizada, sendo que a  avenida central, conhecida por avenida parque, tem o seu canteiro central em forma de corredor formado por árvores da espécie FICUS, de ponta a ponta, que foram sendo plantados em sucessivas administrações municipais. A cidade respira cultura, oferecendo ao visitante opções de museus, bibliotecas, teatro, construções centenárias, inclusive o “barracão dos dormentes” – onde eram armazenados os dormentes da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Conta ainda com um confortavel Campus Universitário da Universidade Federal do Amazonas – onde funciona o Instituto de Ciência e Tecnologia.




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